19º Capítulo: Breno narra: “Tudo errado.”


Eu mal podia acreditar nas coisas que descobri. Eu na minha vida acreditei que essas coisas nunca aconteceriam comigo. Que eu sempre seria imune a tudo isso. E nem pelo fato de ser filho do Luan Santana, e sim pelo fato de ter nascido em uma família tão unida e amada como era nossa. Em uma família que era unida apesar de todas as circunstâncias. Me senti totalmente traído por todos. Como se a minha histórias, todos soubessem e eu como idiota era apenas figurante da minha própria vida. Eu nunca podia imaginar que outro homem tivesse me assumido como filho. Nunca. E que meu pai algum dia tivesse sido tão estúpido com a minha mãe e a tivesse julgado apenas por uma situação. Por um minuto, meu pai já não era mais o que eu sempre achei, o que todos diziam, o que cantava. Naquele instante eu estava o odiando profundamente. Eu poderia até perdoa-lo se tivesse sido outra coisa, mesmo que ele tivesse me assumido um ano depois de ter nascido. Imaginei dezenas de outras coisas que poderia ter acontecido, menos aquilo.
Eu sai correndo daquele escritório e pra ser sincero não sabia pra onde ir, pra onde me refugiar depois de tudo que acabara de descobrir. Não queria voltar pra casa, não queria olhar na cara do meu pai e não sabia pra onde ir. Por fim, acabei pegando meu celular e ligando pra única pessoa que eu queria ouvir no momento:
Breno:Alô, LÊ ?
Letícia:Breno ? Onde você tá  ? Saiu da escola depois daquilo e a Nicole acabou de me ligar chorando aqui perguntando de você.
Breno:Não fala pra ninguém o que aconteceu, só me diz que eu posso ir pra sua casa !
Letícia:Bê, não chora por favor ! É claro que pode vim. Eu te espero aqui.
Peguei um táxi e fui pra casa de Letícia. Era ela a única pessoa que eu queria vê depois de descobri que fui traído por meu próprio pai.
Letícia:O que aconteceu Breno ?
Breno:Minha vida é uma mentira Letícia ! Eu descobri que todos mentiram pra mim. Que eu sou um tremendo tolo por tudo. E que eu nunca vi o que estava debaixo do meu nariz. – disse chorando a abraçando.
Letícia:Vem pra dentro e me conte tudo, ok ? – balancei a cabeça e entramos pra dentro. Nos sentamos no sofá e ela me fez deitar em seu colo e contar o porquê de meu estado.
Breno: - contei pra ela tudo e como podia esperar, ela se assustou com tudo- fui enganado Letícia ! Eu tive um outro pai, outra pessoa que me registrou quando eu nasci, que cuidou de mim e nunca soube.
Letícia:E esse cara é o pai do Caio.
Breno:Eu não estou acreditando até agora... tudo caiu em cima da minha cabeça. Por quê comigo ? Por quê isso ? tantas outras coisas que poderiam ser esses presentes e descubro que é um “pai” que me deixa  ?
Letícia:Eu não sei o que te dizer.
Breno:Não me surpreendo.
CELULAR TOCA
Letícia: É a sua mãe ! Não vai atender ?
Breno:Não !
Letícia:Breno...        
Breno:Todos me traíram Letícia, até a minha mãe.
Letícia:Sua mãe nunca te abandonou. Coloca isso na sua cabeça. Você pode estar ai culpando seu pai pelo o que aconteceu, mas nunca vai poder culpar sua mãe. Ela está no começo da sua vida. Você não acha que ela poderia ter desistido da gravidez quando o seu pai disse que o filho não era dele ? Ela sempre lutou por você Breno. Ela sempre deixa estampado o orgulho que sente por vocês. Você pode culpar todos, menos ela.
Breno:Você tem, razão ! – atendi na segunda ligação – Oi mãe !
Lucy:Breno, pelo amor de Deus, onde você está ?
Breno:Eu não vou dizer!
Lucy:Como você não vai falar ? Todo mundo aqui está preocupado com você !
Breno:Estou bem, eu juro !
Lucy:Vem pra casa por favor ! – disse chorando.
Breno:Eu não volto enquanto esse homem estiver aí.
Lucy:Esse homem é seu pai Breno, e está louco atrás de você ! Pode julgar ele por essa atitude que ele teve, mas você tem que ver que ele sempre com você.
Breno:Eu não volto pra casa enquanto ele estiver aí.
Luan:Breno, meu filho me desculpa por tudo isso ! Só volta pra casa... eu sei que não vai vim enquanto eu estiver aqui, mas quarta eu viajo e você pode voltar. Depois nos resolvemos, e eu te amo !
E desliguei meu celular sem ter dito uma sequer palavra.
Letícia:Seu pai falou com você, não é ?
Breno:Anham!
Letícia:Ele te ama Breno!
Breno:Eu já não sei de mais nada.
Letícia:Você vai ficar assim até quando ?
Breno:Eu não sei ! A minha raiva é enorme.
Letícia:Eu vou falar com a minha mãe pra você dormir aqui. Ta tarde pra você ir embora e não vai ser legal voltar, pelo visto.
Breno:Obrigado, Lê !
Dormi no quarto do irmão de Letícia e não consegui pregar um olho sequer naquela noite. Eu não sabia como seria minha vida agora, e a minha história não saia de minha cabeça. Minha vida estava de cabeça para baixo de uma hora para outra e já pensava o que faria quando o dia amanhecesse.
Breno:Nicole ? – liguei pra minha irmã.
Nicole:Breno, ainda bem que você ligou.
Breno:Não fala nada, mas preciso de uma ajuda sua.
Nicole: o que precisa ?
Breno:Sabe onde o Caio mora não é ?
Nicole:Sei !
Breno:Vamos comigo lá ?
Nicole:Você quer mesmo conhecer esse homem ?
Breno:Quero !
Nicole:Ok !Vou falar com o Caio.
Breno:Ele sabe ?
Nicole:Sabe.
Breno:Okay ! Não demora a vim.
Nicole:Onde você está ?
Breno:Na casa da Letícia e se contar pra alguém não te perdoou.
Nicole:Tudo bem. Daqui uma hora to ai.
Levantei da cama e joguei água em meu rosto e vi que tudo aqui era real. E que minha vida estava um caus.
Letícia:Como você está ?
Breno:Mal !
Letícia:Tudo vai ficar bem !
Breno: Obrigado por estar do meu lado !
Letícia:Sempre !
Breno:Eu vou na casa do Caio !
Letícia:Sério ?
Breno:Sério. Vem comigo ?
Letícia: E a escola ?
Breno:Não vou conseguir estudar com isso na cabeça.
Letícia:Eu vou.
E depois de alguns minutos o táxi com Nicole chega e vamos para a  casa do tal Henrique Honorato.
Nicole:Ta nervoso ?
Breno:Muito !
Letícia:Estamos aqui contigo ! – e as duas pegaram minhas mãos.
Breno:Obrigado !
E descemos do táxi e fomos para a casa do tal homem que me registrou como pai.
Caio:oi ! – disse abrindo a porta.
Nicole:Seu pai sabe ?
Caio:Ele sabe que o Breno ia vim e está esperando.
Breno:Ótimo ! Onde ele está ?
Henrique:Aqui...
Breno:ÉE...
Henrique:Como você está grande, Breno ! – e me abraçou. Pude reparar que o homem estava muito, mais muito emocionado em me vê ali.







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